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Confutação da Igreja Católica Romana: A vida eterna

A doutrina dos teólogos papistas

 

A vida eterna a se tem que ganhar. Quando se fala da salvação mesmo com os Católicos romanos fala-se muito da salvação do inferno, mas sobre ela – como bem sabeis – não estamos em nada de acordo com eles. Nós de facto lhes dizemos que pela graça de Deus temos (ou possuímos) a vida eterna e que por isso quando morrermos iremos logo para o paraíso com Jesus, enquanto eles nos respondem dizendo que não estão seguros de ir para o paraíso mas que estão fazendo o seu melhor para ganhá-lo [1]. E de facto, eles se exprimem quase sempre nestes termos: ‘A vida eterna a se tem que ganhar!’. Mas por que falam desta maneira? Simples, porque os seus padres ensinam-lhes que o paraíso o têm que ganhar. Vejamos de perto alguns destes ensinamentos que lhes são dirigidos: ‘Deus dá o Paraíso aos bons (…) Com o ser bom nós, só com as nossas forças naturais, não poderemos merecer o Paraíso; o merecemos com a graça que Deus nos conferiu no Batismo, pela qual as nossas boas obras adquirem mérito para o Paraíso (….) Cada um espera com muitos sacrifícios e trabalhos conseguir para si um bom estado aqui em baixo, e ganhar bens incertos, que depois se podem perder de um dia para o outro, que jamais podem fazer feliz alguém pois não afagam o coração, e que, de todo o modo, é necessário abandonar em breve pela morte. Pensai ao invés, antes de tudo, ganhar o Paraíso’ (Giuseppe Perardi, op. cit., pag. 57-58); ‘Por isso na graça da esperança nós aguardamos do Senhor a vida eterna e todas as graças necessárias para merecê-la aqui em baixo; mas para merecê-la de que modo? Com as boas obras’ (ibid., pag. 381); ‘Esperamos salvar-nos porque Deus nos quer salvos, e nós queremos, por nossa parte, fazer o que é necessário para nos salvarmos, ou seja, como dizemos no acto de esperança, esperamos de Deus ‘a vida eterna e as graças necessárias para merecê-la com as boas obras que eu devo e quero fazer’ (ibid., pag. 245); ‘As boas obras são absolutamente necessárias para conseguir a saúde eterna; em outras palavras, não basta a fé, não basta crer para alguém se salvar’ (ibid., pag. 381); ‘Mas não bastam para nos salvar os méritos infinitos de Jesus Cristo? Não bastam, não porque eles não tenham valor suficiente, mas porque o próprio Jesus Cristo quis o concurso e a cooperação das nossas boas obras, porque para nos aplicar o mérito dele, quer que nós sintamos e queiramos em união a Ele, porque quis que nós praticássemos o Evangelho e vivêssemos a vida cristã’ (ibid., pag. 383). Estes ensinamentos estão em pleno acordo com o seguinte decreto do concílio de Trento: ‘Por isso aos que trabalham fielmente até ao fim e esperam em Deus, se há de propor a vida eterna como graça misericordiosamente prometida aos filhos de Deus, pelos méritos de Cristo Jesus, e como recompensa que, segundo a promessa do próprio Deus, será fielmente concedida pelas suas boas obras e méritos’ (Concílio de Trento, Sess. VI, cap. XVI). A propósito do valor do mérito das boas obras os teólogos papistas fazem uma distinção entre acção merecedora de prémio por conveniência, ou seja, de congruo; e acção merecedora por justiça, ou seja, de condigno. Façamos um exemplo para explicar esta sua particular distinção; um homem salva da morte certa um seu semelhante, neste caso ele é merecedor duma medalha, ou seja, de um prémio, de congruo; um trabalhador trabalha em casa de alguém por um mês e no fim do mês vai cobrar o salário, nesta caso ele recebe a recompensa por justiça, ou seja de condigno. Com este discurso eles querem fazer compreender como a vida eterna é devida por Deus por justiça, ou seja, de condigno ao que faz boas obras. Por isso, para eles, as orações, as esmolas, os jejuns, são merecedoras, mediante a graça, da vida eterna. O cardeal Bellarmino afirmou por exemplo: ‘Com as divinas Escrituras prova-se, que as obras dos justos são merecedoras da vida eterna… O primeiro argumento se extrai daqueles lugares, onde a vida eterna é chamada recompensa; porque, se é recompensa, as boas obras, às quais ela se dá, certamente são méritos. As boas obras dos justos são merecedoras ex condigno, não só em razão do pacto, mas também em razão das obras… Porque Deus remunera as boas obras por mera liberdade ex condigno, isso afirmam todos os teólogos, como se observa por S. Tomás, S. Boaventura, Scoto, Durando e outros, em 4 sent. dist. 46’ (Bellarmino, De Justif., lib. V, cap. 3, 17 e 18).

 

Confutação

 

A vida eterna é dom de Deus que se obtém crendo em Jesus

 

Esta doutrina católica romana que atribui às obras o poder de fazer merecer a vida eterna aos homens e de salvar os homens do inferno é uma doutrina de demónios que até agora levou ao inferno centenas de milhões de pessoas; sim, há centenas de milhões de pessoas a sofrer nas chamas do inferno porque em vida se apoiaram nesta doutrina da salvação lhes ensinada pelos seus padres. Agora a confutaremos.

Segundo o que diz a Escritura, a vida eterna não é a recompensa que Deus dá ao homem que se esforça para ganhá-la, mas ela é o dom que Deus dá ao homem que se arrepende dos seus pecados e crê no nome do Filho de Deus. Paulo diz de facto: “O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rom. 6:23), portanto a vida eterna, sendo o dom de Deus, o homem não a pode nem merecer e nem ganhar praticando o bem, doutra forma o dom não é mais dom. Por conseguinte deve ser rejeitado em bloco o seu discurso sobre o mérito de condigno! E depois, se Deus desse a vida eterna como recompensa (ou galardão) aos que operam, isso significaria que Ele é devedor para com eles porque Paulo diz que “àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida” (Rom. 4:4); e isso não pode ser porque o mesmo apóstolo diz também: “Quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?” (Rom. 11:35). E depois ainda, se as boas obras são merecedoras de vida eterna, então por que motivo alguma vez o Filho de Deus viria sofrer a este mundo? Podia ficar junto de Deus Pai sem vir a este mundo! Mas ele veio justamente por isto, para nos adquirir com o seu sangue a vida eterna e fazer que todos os homens, Judeus e Gentios, pudessem recebê-la por graça mediante a fé n`Ele. Ele sabia que os homens não podem merecer a vida eterna porque todos estão debaixo da condenação e merecem a punição eterna, e por isso veio morrer por nós para que pelos seus méritos, e repito pelos seus méritos, nós pudessemos obter gratuitamente a vida eterna de Deus. E ainda, mas como se pode afirmar que as boas obras são merecedoras de vida eterna quando postas todas juntas não podem de nenhum modo alcançar o valor que tem a vida eterna? Como se pode fazer tal afirmação quando Jesus disse aos seus discípulos: “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer” (Lucas 17:10) [2]? é preciso ser verdadeiramente arrogante para afirmar que Deus deva dar a vida eterna por justiça aos que fazem obras meritórias! Por estas razões vai rejeitada a doutrina que afirma que a vida eterna é dada por Deus como recompensa.

Disse antes que a vida eterna se obtém só pela fé, e isto é confirmado pelas seguintes Escrituras.

• Jesus disse: “Aquele que crê tem a vida eterna” (João 6:47), e: “Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:40), e ainda: “E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:14-16). Vejamos qual foi a razão pela qual Moisés levantou a serpente de metal no deserto. Quando os Israelitas no deserto murmuraram contra Deus e contra Moisés “o Senhor mandou entre o povo serpentes ardentes, que morderam o povo; e morreu muito povo de Israel. Pelo que o povo veio a Moisés, e disse: Pecamos, porquanto temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor para que tire de nós estas serpentes. Então Moisés orou pelo povo. E disse o Senhor a Moisés: Faz uma serpente ardente, e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo o mordido que olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, tendo uma serpente mordido a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia” (Num. 21:6-9). Ora, Jesus comparou o seu levantamento ao da serpente de metal feito no deserto, e a comparação é verdadeiramente apropriada porque como os Israelitas mordidos pelas serpentes para escapar à morte tinham só que olhar a serpente de metal levantada por Moisés (notai de facto que os que eram mordidos, para não morrer, tinham só que olhar para a serpente de metal e não cumprir algum rito ou alguma boa obra escrita na lei), assim os homens mortos nas suas ofensas para serem vivificados e obterem a vida eterna de Deus têm somente que ver o Filho de Deus e crer nele. Nele que primeiro foi pendurado no madeiro da cruz e depois de ter ressuscitado dos mortos foi recebido à direita de Deus. Sim, é assim mesmo que se obtém a vida eterna de Deus, (somente) crendo em Cristo Jesus; e não fazendo boas obras ou nos esforçando para sermos bons como antes proclamam os teólogos papistas mortos nas suas ofensas que falam desta maneira porque eles próprios ainda não viram o Filho e não creram n`Ele. São como os Fariseus do tempo de Jesus os quais investigavam as Escrituras que davam testemunho de Jesus porque pensavam de ter a vida eterna por meio delas mas não queriam ir a Ele para obter a vida.

• João o Batista disse: “Quem crê no Filho tem a vida eterna” (João 3:36).

• Paulo disse a Timóteo: “Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, o principal [pecador], Cristo Jesus mostrasse toda a sua longanimidade, a fim de que eu servisse de exemplo aos que haviam de crer nele para a vida eterna” (1 Tim. 1:16).

Ora, nós que cremos no Senhor temos, pela graça de Deus, a vida eterna porque João disse: “Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna” (1 João 5:13). Ele não disse: ‘A vós que credes no nome do Filho de Deus, para que espereis obter a vida eterna’, como se nós crentes não possuíssemos já a vida eterna em nós mesmos, mas disse nos ter escrito aquelas coisas para nos fazer saber que nós temos já a vida eterna. O mesmo apóstolo diz também: “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho… E o testemunho é este: Que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 João 5:10,11,12). Estas palavras confirmam plenamente que nós que cremos temos a vida eterna; como fazemos para dizê-lo com certeza de fé? Por causa do testemunho que o Espírito Santo nos dá interiormente. O Espírito é verdade e por isso não pode mentir; nós cremos no que o Espírito nos testifica em nós, que confirma plenamente o que diz a Escritura. E depois, reflectindo mais sobre as palavras de João, como podem os Católicos romanos afirmar que um crente que recebeu Cristo no seu coração não pode dizer com certeza de fé ter a vida eterna, quando Jesus Cristo é “a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada” (1 João 1:2) e “quem tem o filho tem a vida” (1 João 5:12)? Quando falam assim é como se dissessem que um cidadão italiano não pode dizer que tem a cidadania italiana porque isso é orgulho! Para eles: ‘Presumir se salvar sem mérito é soberba que ofende a justiça de Deus e, quase, se escarnece dela, como se Ele nos deva o Paraíso, ou nos deva premiar pelo bem que não quisemos fazer’ (Giuseppe Perardi, op. cit., pag. 245). Assim dizendo eles nos acusam de ser presunçosos porque nós dizemos ter sido salvos pela graça de Deus, mas sabei que os presunçosos não somos nós que lhes dizemos que estamos certos de ter a vida eterna pela graça de Deus porque cremos e continuamos a crer, mas são eles que dizem que se é salvo no reino celestial fazendo boas obras. Portanto, para concluir: a acusação de ser presunçosos e orgulhosos que nos é movida pelos Católicos romanos porque dizemos que temos a vida eterna, não é mais que uma calúnia. Mas aliás é inevitável que os que procuram ganhar a vida eterna com as suas obras vejam com maus olhos os que dizem que a obtiveram crendo, gratuitamente, sem fazer alguma boa obra.

 

O cristão está certo que quando morrer irá para o paraíso com Jesus

 

Nós crentes como pela graça de Deus temos a vida eterna em nós, assim estamos certos que quando morrermos, na condição naturalmente de conservarmos a fé até àquele dia, iremos para o céu habitar com Jesus porque Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá” (João 11:25,26), e também: “Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo” (João 12:26). E “como temos o mesmo espírito de fé que está nessa palavra da Escritura: Cri, por isso falei; também nós cremos, e por isso também falamos” (2 Cor. 4:13 Riveduta), dizendo como os apóstolos: “Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, e habitar com o Senhor” (2 Cor. 5:8). Sim, temos a tal respeito em nós o mesmo sentimento que estava em Paulo o qual tinha o desejo de partir e estar com Cristo, porque estar com Cristo no céu é coisa muito melhor, de longe, do que ficar na terra. Tudo isto para os teólogos papistas é descarada presunção; porque segundo eles, antes de ir para o paraíso todos aqueles que morrem na graça têm de ir para o purgatório expiar a pena dos seus pecados! E ai de quem não aceita esta sua doutrina porque o concílio de Trento disse: ‘Se alguém disser que recebida a graça da salvação, os pecadores arrependidos da culpa são de tal modo perdoados e lhes são apagados os vestígios da pena eterna, que não lhe resta vestígio algum de pena temporal que tenha que pagar, seja neste século, ou no futuro, no purgatório, antes que lhe possa ser aberta a entrada no Reino dos Céus: seja anátema’ (Concílio de Trento, Sess. VI, can. 30). Mas não é de modo nenhum assim como dizem eles, porque a Escritura ensina que quando Deus perdoa os pecados a um homem lhe perdoa por consequência também a pena eterna. O exemplo do ladrão arrependendo-se sobre a cruz no momento da morte dele é um exemplo, porque Jesus lhe perdoou todos os seus pecados com os relativos vestígios de pena eterna, de facto lhe disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:43). Jesus não lhe disse que primeiro tinha que ir estacionar no purgatório algum tempo para se purgar de uma parte da pena eterna dos seus pecados e depois poderia ir para o paraíso, mas disse-lhe que naquele mesmo dia ele iria para o paraíso! Reflecti; mas não é absurdo crer que Deus perdoa todas as dívidas ao homem que se arrepende e depois, quando morre, o manda para um lugar de tormentos como o purgatório expiar parte delas antes de fazê-lo entrar no reino dos céus? No entanto isso é o que crêem os Católicos romanos! Com isto não queremos dizer que nós crentes chegámos à perfeição ou que estamos sem pecado; longe de nós isso, porque nós reconhecemos ser pessoas com defeitos que temos necessidade de ser aperfeiçoados e de nos aperfeiçoarmos, e que por vezes fazemos o que odiamos e necessitamos por isso de confessar as nossas ofensas ao Senhor para obter a remissão delas. Mas apenas queremos dizer que em virtude da misericórdia de Deus pela qual Ele nos fez renascer e tornar filhos de Deus e nos deu a vida eterna, estamos seguros de ter sido plenamente perdoados pelo Senhor, de ter recebido a purgação de todos os nossos pecados e por isso se morrermos com Jesus com ele iremos viver no céu logo depois de morrer. A chamem também presunção esta nossa confiança os teólogos papistas; continuem os concílios a lançar os seus anátemas contra quem, segundo eles, ostentar esta certeza de remissão dos pecados e da vida eterna; nós continuaremos a gloriar-nos no Senhor por ter obtido a purgação dos nossos pecados com o sangue de Jesus, continuaremos a glorificar o seu nome por isso, e continuaremos a pregar aos homens que em Cristo há a certeza de remissão dos pecados, que nele há a certeza de ter a vida eterna; mas na teologia papista há ambiguidade, falsidade, incerteza; coisas que geram nas pessoas que a aceitam nada mais que dúvidas, angústias e incertezas. Ó homens e mulheres que jazeis no medo da morte e não sabeis para onde estais indo (ou melhor sabeis que ireis para um purgatório que porém não existe) porque tendes dado ouvidos aos falsos ensinamentos dos padres, vos suplicamos em nome de Cristo a vos arrependerdes e a crer em Cristo para obter a remissão dos pecados e a vida eterna!

Concluindo; seja a salvação do pecado, seja a justificação, seja a remissão dos pecados e seja a vida eterna se obtêm só pela fé, portanto sem o concurso de nenhuma boa obra; a santificação, pelo contrário, que nós temos por fruto (ou seja a progressiva), se obtém observando os mandamentos de Deus, ou seja, pelas boas obras. Em outras palavras, as boas obras são os frutos que brotam da nossa salvação e da nossa justificação obtidas por fé, mas não são a fonte da salvação e da nossa justificação e não podem concorrer de nenhuma maneira para salvar e para justificar o homem, porque “o justo pela sua fé viverá” (Hab. 2:4) e não por causa de obras meritórias.

 

O cristão está certo que será salvo da ira vindoura

 

Os Católicos afirmam: ‘Esperamos nos salvar’, querendo dizer com estas palavras: ‘Não estamos seguros que seremos salvos porque ninguém o pode estar, mas não tem importância, porque provavelmente Deus que é tão misericordioso terá piedade de nós e nos salvará’. Estas suas palavras demonstram que eles não estão certos que serão salvos da ira vindoura, como nós não estamos certos do tempo que fará amanhã porque dizemos: ‘Esperamos que o céu esteja sereno’, ou: ‘Esperamos que chova’, e por aí fora. Mas este modo de falar a respeito da salvação é característico de todos os que ainda não passaram da morte para a vida, das trevas para a luz; por isso não nos admiramos dele.

A sagrada Escritura nos ensina que o crente foi arrancado do poder das trevas e transportado para o reino de Deus e está certo que será salvo da ira vindoura; eis algumas Escrituras que testificam isso.

• “Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rom. 5:8-10);

• “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tess. 5:9);

• “Vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro, e esperardes dos céus a seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1 Tess. 1:9,10).

Portanto, não é presunção afirmar que nós seremos salvos da ira vindoura. Mas como pode ser definida presunçosa uma pessoa que tem fé em Deus quando está escrito que “a fé é a certeza das coisas que se esperam” (Heb. 11:1)? Mas há também exemplos na Escritura que nos ensinam como o crente está certo de escapar à ira de Deus; eles são os de Noé, de Ló e do povo de Israel.

Noé por exemplo quando entrou dentro da arca e o Senhor o fechou dentro estava certo de escapar ao juízo que Deus enviaria dali a pouco sobre o mundo dos ímpios porque Deus lhe tinha dito: “Tudo o que há na terra expirará. Mas contigo estabelecerei o meu pacto; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo. E de tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie, farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo” (Gen. 6:17-19).

Também Ló, depois que Deus o tirou de Sodoma, estava certo que refugiando-se na cidade de Zoar não pereceria no castigo de Sodoma porque quando ele disse a um dos anjos de Deus: “Eis ali perto aquela cidade, para a qual eu posso fugir, e é pequena. Permite que eu me escape para lá (porventura não é pequena?), e viverá a minha alma!” (Gen. 19:20), aquele lhe respondeu: “Quanto a isso também te hei atendido, para não destruir a cidade de que acabas de falar. Apressa-te, escapa-te para lá; porque nada poderei fazer enquanto não tiveres ali chegado” (Gen. 19:21,22).

E vejamos os Israelitas no Egipto: não é porventura verdade que eles estavam certos que naquela noite o destruidor não entraria nas suas casas? Mas por que estavam certos disso? Porque Deus tinha lhes dito: “O Senhor passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir” (Ex. 12:23). Eles creram nas palavras de Deus, fizeram a aspersão do sangue como Deus lhes tinha ordenado, e por isso estavam seguros de que quando o anjo do Senhor naquela noite visse aquele sangue passaria além das suas casas. Também nós que fomos aspergidos com o sangue de Jesus Cristo estamos seguros que o Senhor nos salvará da ira vindoura; ele o prometeu e nós cremos firmemente nas suas palavras. Podemos dizer desde agora que por fé nós não pereceremos com os filhos de desobediência.

A Deus, nosso Salvador e Benfeitor, seja a glória agora e eternamente em Cristo Jesus. Amen.

 

Notas:

[1] Deve ser dito porém que os Católicos romanos ainda que digam que estão ganhando o paraíso, no fim têm que ir sempre para o purgatório (que é um lugar de tormento para eles) porque para eles para o céu apenas vão logo os santos, isto é, aqueles que estão puros de toda a mancha, e eles dado que não o estão, porque dizem de ser pobres pecadores, têm de primeiro se ir purgar das suas culpas no purgatório para poder depois aceder puros de toda a escória ao paraíso.

[2]Estas palavras de Jesus anulam a doutrina sobre o mérito de condigno propugnada pela igreja papista porque põem em claro como as boas obras não podem fazer merecer a vida eterna ao crente. Mas raciocinai: por que razão depois de ter recebido o dom da vida eterna no momento em que crê, o crente a teria que merecer no curso da vida fazendo boas obras? Se é chamada o dom de Deus não é um contra-senso afirmar que depois de tê-lo recebido se deve merecer? Não é antes  caso de dizer que uma vez recebido este dom é necessário conservá-lo para não perdê-lo? Porventura não disse Paulo a Timóteo: “Toma posse da vida eterna” (1 Tim. 6:12) e não ‘ganha a vida eterna com os teus méritos’? Com efeito procurar merecê-la significaria procurar pagar a Deus o preço da sua compra pago por Cristo Jesus o que constitui uma ofensa para Cristo! Seria como dizer: Tratemos de pagar a Deus o presente dele recebido!

 

Fonte

 

 

 

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